Dicas para Estudantes
O regresso às aulas é sempre um momento de tensão para os alunos, quer estes ingressem num novo ano escolar, novo ciclo ou instituição de ensino, ou até mesmo nos casos de reprovação/repetição do ano. É importante, por isso, compreender as frustrações dos jovens, mas também as suas ambições e expectativas, bem como ajudá-los a gerir as relações familiares e com os pares, de forma a alcançar o sucesso escolar e profissional.
Aqui ficam algumas dicas para ajudar os estudantes a alcançar o desejado sucesso escolar, baseadas nas principais questões que surgem nas sessões de Coaching para Estudantes:
Dica 1 - Escolher o Futuro
Ninguém é feliz a fazer o que não gosta. A questão é que aquilo que fazemos, a nossa profissão, é uma parte determinante da nossa felicidade. Do nosso equilíbrio como pessoas. Determinante, inclusive, da nossa saúde física e emocional.
Nesta primeira dica para os estudantes gostava de reforçar esta ideia. Em termos práticos, isto significa que um estudante está sempre a tempo de mudar de curso, caso não se sinta identificado. Pode, por exemplo, aguardar um ano, aproveitando para trabalhar e ganhar experiência de vida, e a seguir candidatar-se ao curso que deseja. Ou entrar na faculdade, fazer o primeiro ano e solicitar transferência de curso, de faculdade ou de ambos no ano lectivo seguinte. Isto pode parecer uma perda de tempo. Mas não é. Significa saber usar o tempo a nosso favor criando a vida que desejamos. Aquela que nos faz sentir plenos.
Tudo o resto, dinheiro, saúde física e emocional, lazer, amor... dependem destas escolhas e de termos a coragem de enfrentar o convencional, o comum, o seguro. Sei que quem está agora a ler este texto estaria à espera de umas dicas mais concretas. E elas virão ao longo das próximas semanas.
Mas todas as táticas de estudo, para terem sucesso máximo, têm de resultar daquilo que genuinamente temos para dar ao Mundo.
Dica 2 - Dormir Bem
Dormir melhor! Eis uma estratégia que permite melhorar imenso o rendimento escolar e à qual os estudantes resistem!
Para além do efeito benéfico do sono para o restauro da atividade cerebral — reforçando as capacidades de foco, concentração, atenção, memorização e a organização da informação, entre outras —, quando dormimos bem antes de uma prova desportiva, a apresentação de um trabalho, um teste ou um exame, estamos também a regular as hormonas que controlam o apetite.
Ou seja, quando dormimos mal ou um número de horas insuficiente, sentimos mais fome e um desejo incontrolável por alimentos muito calóricos, o que, muitas vezes, leva a desregulações alimentares complicadas (como a bulimia ou a anorexia nervosa, nos casos mais extremos).
Assim, dormir mal ou pouco, em permanência, o que acontece com a maioria dos estudantes, compromete a sua capacidade de raciocínio e acaba por ter, a médio prazo, um impacto negativo na sua saúde física.
Quando dormimos profundamente e durante o tempo suficiente, a atividade do córtex cerebral tem uma redução de 40%. No entanto, o cérebro quando dorme não fica passivo: ele trabalha de forma perfeita a recuperar os órgãos, os músculos, o metabolismo, o funcionamento neuronal, repara as células doentes e repõe os nossos níveis de energia.
Numa frase, para aumentarem o seu rendimento os estudantes devem otimizar a sua estrutura cerebral. E para isso, têm de dormir mais e melhor!
Dica 3 - Alimentação Correta
Comer de forma correcta é essencial para o rendimento escolar (intelectual e físico). Mas, em mais de 90% dos casos dos estudantes que recebemos em Coaching na Academia da Coragem fazem uma alimentação desequilibrada.
Um dos erros mais comuns que os estudantes fazem é não tomar o pequeno almoço antes de sair de casa. E, na maioria dos casos optam por comer apenas no 1° intervalo da manhã. Tratar-se de um longo período de jejum, desadequado a quem precisa de estar focado e em plenas capacidades físicas e cognitivas. Para além disso, o facto de estar longas horas sem comer (há casos em que chegam a ser 12 horas e mais) poder trazer algumas complicações graves de saúde, como a diabetes, a desregulação da Tiróide e dos triglicéridos, o excesso de peso e a ansiedade (em casos mais complicados tendência depressiva).
Para além disso, como forma de compensar a fome matinal resultante de várias horas sem comer os estudantes fazem opções erradas, geralmente alimentos ricos em açúcar e gorduras. Estes alimentos são rapidamente absorvidos pelo organismo dando a sensação de mais energia, mas criam dependência. Comer alimentos que não são bons para o nosso cérebro gera dependência e por vezes perturbações emocionais graves.
Comer melhor ajuda-nos a ter um rendimento intelectual superior, a dormir melhor, a estarmos mais concentrados, a termos um desempenho físico melhor e até aumenta a seretonina do cérebro, responsável pelo nosso bem-estar emocional.
A ideia de facto é: os estudantes devem comer melhor para ter um rendimento melhor. Algo que o Coaching para Estudantes ensina a fazer.
Dica 4 - Controlar a Ansiedade
Nove em cada 10 estudantes apresentam níveis de ansiedade elevados. E quatro em cada 10 já sofreram um ataque de pânico.
A ansiedade é uma das maiores limitações de origem emocional que os estudantes enfrentam. Em casos graves podem mesmo surgir crises ansiosas e ataques de pânico, que impossibilitam o estudante de fazer um teste, exame, responder às perguntas de uma oral ou fazer uma apresentação em frente à turma.
O problema não está em sentirmo-nos ansiosos. Todas as pessoas, alguma vez, já se sentiram ansiosas. O problema é deixar que a ansiedade nos domine e iniba a capacidade de realização pessoal. A ansiedade inibe a capacidade de concentração, afeta a qualidade do nosso sono e até o apetite: comer de mais ou comer de menos.
A ansiedade geralmente manifesta-se através de sintomas físicos, como dor de estômago, sensação de querer vomitar, dor de cabeça e dor de costas (por vezes paralisantes), e, até febre, perturbações gástricas e intestinais, aumento do ritmo cardíaco, palpitações, suores, dores no peito, dificuldade em respirar e sensação de impotência para exercer controlo sobre si mesmo.
Se os medos e a ansiedade são constantes ou muito frequentes, o estudante pode experienciar um ataque de pânico (uma resposta do nosso corpo ao medo e ao stress) que o leva a recear não conseguir controlar de todo a sua mente e o seu corpo. É muito difícil e angustiante lidar sozinho com a ansiedade. Por vezes, ela expande-se a toda a família, que começa a recear que os seus filhos não consigam ultrapassar os obstáculos e a pressão colocada pela necessidade de ter sucesso escolar.
No Coaching de Estudantes da Academia da Coragem, aprender a gerir e a diminuir a ansiedade é um dos trabalhos mais exigentes que fazemos, mas também dos mais gratificantes.
Dica 5 - Escolher o Curso a seguir
Escolher o curso a seguir é uma tarefa complexa para muitos estudantes.
75% dos estudantes do 12º ano não sabem que curso escolher. Esta percentagem sobe para 85% nos estudantes do 10º e do 11º anos.
Escolher o Curso Superior a seguir causa muito stress ao estudante, mas também aos pais. E é natural, pois trata-se de escolher o futuro. Escolher a profissão que teremos ao longo de vários anos. Escolher como nos vamos auto-realizar através de uma profissão.
Há estudantes que optam por fazer testes psicotécnicos. No entanto, estes testes raramente são conclusivos apontando apenas tendências gerais, e, por vezes, até contraditórias, como é o caso de resultados que apontam para medicina e gestão em simultâneo. Há também estudantes que sentem a pressão do grupo de pertença, dos amigos. Ou seja, seguir o curso para onde os meus pares vão.
Há estudantes que escolhem em função das profissões que são hoje mais bem remuneradas. Outros que escolhem por exclusão (tipo: não sou bom a matemática, como tal nunca seguirei gestão de empresas, embora gostasse imenso). Bastantes escolhem em função daquilo que a sua média permite. E alguns, mais do que seria desejável, por pressão familiar.
Começa a ser cada vez mais raro encontrar estudantes que escolhem por vocação, que escolhem por pensarem diferente, por sentirem que não serão felizes a desempenhar determinadas profissões. Muitos alunos ficam ansiosos, desnorteados e sem saber que curso escolher porque perderam a noção de qual é o seu verdadeiro talento, por desconhecer o que realmente são capazes de fazer.
Seria um salto qualitativo enorme para a vida futura dos estudantes se conseguissem ligar-se e seguir aqueles que são os seus talentos únicos, o que significa conseguirmos reunir na nossa profissão aquilo que de facto adoramos fazer com aquilo em que somos bons.
O Coaching para Estudantes da Academia da Coragem ajuda o estudante na tarefa da decisão de escolher o Curso a seguir apoiando a encontrar o potencial singular de cada um e de que forma o podemos transformar num benefício para a vida toda.
Dica 6 - Não deixar Acumular Matéria
Deixar acumular matéria durante vários dias para depois estudar o que foi dado é um erro que muitos estudantes ainda cometem. Mesmo que se sintam cansados, a rotina de rever a matéria dada nesse dia, a todas as disciplinas, é essencial!
Esta rotina permite consolidar os conhecimentos ministrados no dia, mas também é essencial para que o estudante consiga identificar dúvidas (que tenham ficado por esclarecer, ou até que não tenham surgido na aula) e questões de aprofundamento que queiram colocar aos professores na aula seguinte.
Isto significa que o estudante deve ir além dos TPC's, isto é, deve ir além dos Trabalhos para Casa, que devem igualmente obedecer à mesma regra: não atrasar os TPC's para outros dias, com o pensamento de que no dia seguinte não terão as mesmas disciplinas!
O cérebro aprende por sistematização e memorização e isso exige repetição dentro do timing adequado. Se a matéria é dada num dia, os TPC's devem ser feitos nesse dia. Ao mesmo tempo, as dúvidas devem ser apontadas num Caderno de Dúvidas, específico para isso, e esclarecidas na aula seguinte.
Quando não há TPC's, prevalece a regra de rever a matéria dada no dia em questão, ao chegar a casa, e apontar as dúvidas existentes no respectivo caderno usado especificamente para isso!
Dica 7 - Como combater os Bloqueios
Bloquear ao fazer um teste ou exame (escrito ou oral) é uma das situações mais difíceis que os estudantes podem enfrentar.
Quando tal acontece, a pessoa deixa de conseguir raciocinar, fica presa à pergunta e, de repente, tem a sensação de que não sabe nada e que vai falhar. É uma situação muito stressante e que gera muita angústia no aluno, já que perde a confiança nas suas capacidades, no que sabe e no que estudou. Instala-se a dúvida e com ela surge o medo de não conseguir.
Nas situações mais críticas, estes bloqueios começam a repetir-se, gerando no aluno a convicção prévia de que lhe irá acontecer o mesmo. Trata-se de um medo desenvolvido pelo grau de exigência cada vez maior que os estudantes colocam a si mesmos no sentido de terem resultados de excelência que lhes permita entrar na faculdade, no curso que desejam. Ou, já estando na faculdade, o medo de não serem suficientemente bons (face ao que a família, os professores e os colegas esperas deles), mas igualmente o receio de se desiludirem consigo mesmos.
Esta situação é vivida com muita ansiedade, sobretudo em alunos cuja noção de valor pessoal é muito focada em resultados. O que ocorre mesmo em jovens cuja família não é super exigente.
Como combater o bloqueio?
No momento em que se sente a bloquear é muito importante que o aluno percorra os seguintes passos:
1. Respirar fundo (2 a 3 vezes).
2. Voltar a ler a questão.
3. Dividir a questão. Exemplo: esta questão exige que eu responda em primeiro lugar ao tema A, depois ao tema B e a seguir concluo com o tema C.
4. Após o faseamento e organização da resposta, na grande maioria dos casos, o desbloqueio passa.
5. Nos casos em que este não passa, o aluno não deve ficar preso à pergunta. Deve passar à frente e ir respondendo a tudo o que sabe, focando-se a cada momento, na questão em concreto que tem à frente.
6. Logo que termine, com a sensação de que “já fiz praticamente tudo”, voltar à pergunta onde bloqueou.
7. Frases de reprogramação do diálogo interior (pensamentos de mudança tranquilizantes) que o aluno pode fazer: “Mesmo que baixe um pouco a média, sei que vou conseguir recuperar”, “Nada está perdido”, “As minhas capacidades são inesgotáveis”, e “Sei que consigo porque me esforço, estudo e cumpro as tarefas exigidas”.
Dica 8 - Posso ter um Burnout?
Ao contrário do que possamos pensar, o burnout também afetam os estudantes e não apenas profissionais. Também conhecido como “esgotamento”, o burnout pode afetar estudantes em qualquer idade ou ciclo de ensino, embora seja mais comum no ensino secundário e universitário devido aos níveis de exigência, volume de estudo, horas de trabalho e competição a que estes alunos estão sujeitos.
Pais, professores, família e os próprios estudantes devem prevenir o burnout sob pena de entrarem num ciclo de esgotamento generalizado grave, o qual exigirá tratamento médico.
Alguns sinais do Burnout são:
1. Cansaço persistentes, que não passa;
2. Dores de cabeça persistentes, sensação de náusea, tonturas...;
3. Ansiedade – estar ansioso antes de exames ou testes é normal, viver em permanente ansiedade pode significar início de uma patologia;
4. Descotrolo do ciclo de sono-vigília;
5. Descontrolo alimentar;
6. Tristeza constante, falta de ânimo;
7. Dificuldade em ver o lado positivo nas situações negativas;
8. Descuido pela sua aparência e cuidado de si (da higiene pessoal, à forma de se vestir, etc.);
9. Não conseguir organizar o plano de estudo;
10. Irritabilidade, falta de paciência e baixa de humor constantes.
Para prevenir o burnout, os estudantes devem seguir as Dicas acima, isto é:
Dormir e comer melhor!
Respirar para controlar a ansiedade. Tirar 15 minutos por dia para respirar e sentir a respiração é essencial para diminuir a ansiedade.
Anular os pensamentos negativos, através de frases de reprogramação do diálogo interior. Ajudará o aluno a focar-se naquilo que quer que aconteça ao invés de se angustiar a pensar no pior que pode acontecer.
Rodear-se de pessoas positivas, proteger a sua autoestima e a sua autoconfiança.
Não ter vergonha de pedir ajuda. Sentir que precisamos de ajudar e conseguir pedi-la é sinal de inteligência!
Praticar exercício físico. Não é preciso correr a maratona, mas sair do modelo puramente mental é essencial para prevenir o burnout.
Pedir ajuda para organizar o trabalho e estabelecer prioridades.
Saiba mais sobre o Burnout nos Estudantes e como prevenir o Burnout no artigo dedicado: Como prevenir o Burnout dos Estudantes?
Dica 9 - Estilos de Aprendizagem
Independentemente do seu QI, ninguém aprende de forma igual.
Cada um de nós tem um estilo de aprendizagem próprio e que é a conjugação de 4 Estilos de Aprendizagem, que condicionam a forma como apreendemos, organizamos e processamos a informação: o Estilo Teórico, o Estilo Reflexivo, o Estilo Pragmático, e o Estilo Ativo.
Cada estilo significa que o aluno tem formas próprias de adquirir conhecimentos. A sua performance varia em função da relação Estilo de Aprendizagem-Resultados: Quanto mais próximos do seu estilo, quanto mais respeitarem a forma como o seu cérebro apreende e processa informação, mais sucesso alcançam. Este conhecimento, ajuda muito os estudantes a alcançarem o melhor de si, pois cada estilo tem os seus pontos positivos e desafios a melhorar.
Continue a ler sobre o Estilos de Aprendizagem nesta Dica para Estudantes sobre: Potenciar o Estilo de Aprendizagem
Dica 10 - Preparar o Futuro
Preparar a vida profissional, enquanto se estuda, é essencial para o sucesso no mundo do trabalho. Esta é uma tarefa por vezes complexa para muitos estudantes. Apenas 40% dos estudantes no início da licenciatura têm uma ideia clara sobre a profissão a seguir. É muito importante que, ao longo do curso, os estudantes vão identificando as áreas e as disciplinas com que mais se identificam e registando aquelas que lhes dão mais prazer em estudar, as que são tão fáceis para si, que não são uma obrigação.
Para facilitar a entrada no mundo de trabalho, cada vez mais competitivo e exigente, os estudantes podem seguir as seguintes dicas:
1. Enriquecer o Curriculum Vitae com atividades complementares;
2. Fazer cadeiras de opção, da área científica ou complementares, que juntem valências e assim abrir uma multiplicidade de possibilidades de novos caminhos profissionais.
3. Trabalhar para uma média final de licenciatura que mostra que o aluno teve um desempenho médio distintivo, ou que permite seguir uma carreira académica.
4. Reforçar o estudo de outras Línguas – cada vez mais eliminatório ou valorizado nas ofertas de emprego.
5. Erasmus: Fazer um estágio ou envolver-se o mais possível.
6. Participar nos projetos da Universidade;
7. Propor-se para participar na investigação para artigos científicos dos Professores;
8. Em caso de angústia sobre a vocação, fazer um teste de avaliação vocacional;
9. Ler muito! Muitas processos de recrutamento e seleção avaliam cultura geral e outras skills além de conhecimentos técnicos;
10. Acompanhar o mercado de recrutamento e seleção;
11. Enviar currículos e candidatar-se! No final do curso, testar competências e candidatar-se a alguns lugares e analisar como o mercado reage;
12. Criar um perfil no Linkedin. É uma rede profissional que deve ter ativa desde a licenciatura;
13. Escrever – mostrar o seu nome! Um blog ou artigos de Linkedin sobre temas que lhe interessam para trabalhar são formas de ganhar exposição.
14. Escolha a profissão que será necessária daqui a 10 anos! Foca-te nas profissões mais bem remuneradas e procuradas do futuro.
Continue a ler sobre este tópico e saiba mais sobre como Preparar o Futuro enquanto estudante neste artigo dedicado: Preparar o Futuro
O que é o Coaching para Estudantes da Academia da Coragem?
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