Aprender a liderar-se a si mesmo (parte 1)
Aprender a liderar-se a si mesmo
Ninguém é suficientemente competente para governar outra pessoa sem o seu consentimento
- Abraham Lincon
Das duas uma: ou somos capazes de inspirar as nossas pessoas pelo exemplo e seguem-nos sem que precisemos de manipular. Ou não somos e não passaremos de chefes com medo de sermos criticados, humilhados e excluídos. É duro. Mas real.
De facto, o líder não pode esquecer-se que antes de ambicionar liderar os outros tem se ser líder de si mesmo. Não lhe basta ter a visão de para onde quer ir. Tem de estar confortável com a visão, mostrar segurança quanto ao destino e saber como lá chegar. Só assim pode inspirar os outros a fazerem o mesmo. Para alcançar este objectivo, além de muito trabalho, é necessário um elevado controlo emocional, foco nas soluções (mesmo no meio do caos), e conseguir mudar de ideias sempre que a resposta às crises passe por aí. Algo que nós tanta dificuldade temos em fazer. Porque quando estamos na liderança, mudar de ideias significa assumir que não estávamos a pensar corretamente ou que não tivemos a visão clara do processo.
No entanto, mudar de ideias pode salvar o nosso projecto e, tantas vezes, o nosso negócio. Como líder, este foi um dos meus mais difíceis passos de crescimento. Rever tudo. Começar quase do zero e por vezes mesmo do zero. Um crescimento que aconteceu sobretudo quando passei a assumir e a mostrar, sem capas, que era humana, e como tal, podia permitir-me errar, tal como acertar. Que podia ter dúvidas e nem sempre ser justa.
Esta humanização da liderança coloca-nos num imenso desconforto, pois abre caminho para que nos conheçam e isso inclui conhecerem as nossas fragilidades.
Os novos líderes, aqueles que terão sucesso no futuro breve, são aqueles que — assumindo a partilha daquilo em que se sentem frágeis — conseguem alcançar a força imensa existente por detrás dessas mesmas fragilidades.